EDIÇÃO 159 - NOVEMBRO/DEZEMBRO 2017
COMUNICAÇÃO FALHA (MUROS QUE SEPARAM)
A comunicação entre os casais e familiares é fundamental para que tenhamos bons relacionamentos. Nós nos comunicamos por meio de palavras, gestos, sons, sinais, marcas que nos caracterizam. Nem sempre conseguimos comunicar aos que amamos aquilo que desejamos. Há ruídos e barreiras na comunicação, e quando isso acontece, podemos dizer que houve uma “falha”. Há falhas que criam obstáculos, gerando sentimentos, memórias, marcas e estigmas que são difíceis de ser superados. Vamos tratar a respeito do tema da comunicação, em especial entre casais, dar alguns exemplos e procurar localizar barreiras que poderão estar presentes em nossos relacionamentos familiares.
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O apóstolo Paulo fala a respeito de um “muro de separação” em Efésios 2.11-22. É claro que ele não está falando diretamente a respeito de muros que possam existir entre o casal ou a família, mas podemos, a partir da sua reflexão, aplicar esse fato no relacionamento entre esposo e esposa.
A graça divina presente em Cristo quebra a “barreira de separação” entre judeus e gentios, circuncidados e incircuncisos, aproximando-os por meio de Cristo. Ele é a nossa paz, a nossa reconciliação, que nos aproxima uns dos outros e derruba a barreira de separação. A boa nova do evangelho uniu os que estavam longe, tornando-os bem próximos. Dessa forma, já não são mais estrangeiros, mas concidadãos dos santos e família de Deus.
Esse extraordinário texto, que sinaliza e concretiza o nosso relacionamento com Deus e a universalidade da fé, fundamentada na graça, torna-se básico para guiar e sustentar o relacionamento familiar e a vivência do casal.
Há três aspectos na vida de um casal: comunicação, convivência e comunhão, e existe uma interação entre eles.
O que tem impedido a comunicação? Algumas barreiras presentes na comunicação:
a. A tendência ao individualismo e o egocentrismo. Quando as pessoas se fecham em torno de suas ideias, interesses, necessidades, posicionamento, etc., a dificuldade na comunicação é grande, surgindo inúmeras barreiras entre os membros de uma família. Paulo nos diz em Filipenses 2.4: “Não tenha cada um em vista o que é propriamente seu, senão também cada qual o que é dos outros”. Isso significa cada um colocar-se no lugar da outra pessoa, colocar o sapato do(a) outro(a). É uma verdadeira empatia gerada pelo amor.
b. Falta de conhecimento de si e da outra pessoa. Não é fácil conhecer a si mesmo(a), muito menos a outra pessoa. O namoro deveria ser um tempo de mútuo conhecimento, e o noivado um aprimoramento desse fato. Mas esse conhecimento de si e da outra pessoa é contínuo e prossegue no casamento e nos anos vividos juntos. Podemos nos conhecer melhor quando colocamos a nossa vida perante Deus, quando temos a confiança e a liberdade de nos abrir com outra pessoa, quando temos vida devocional, de leitura bíblica, oração e reflexão e quando permitimos ao nosso cônjuge revelar-nos algo a nosso respeito.
c. Ausência de diálogo. O que, de certa forma, existia no namoro e noivado, aos poucos vai deixando de existir. Muitas pessoas subjugam a outra por meio da palavra. Falam demasiadamente e de forma descuidada. Conforme Paulo, o nosso falar deve ser edificante e transmitir graça a quem nos dirigimos (Efésios 4.29). Torpe não é apenas a palavra maliciosa, mas a que não transmite graça nem edifica. Ouvir é um dos aspectos fundamentais para o diálogo, e não é apenas a respeito da pessoa com quem nos relacionamos na família, mas tem amplitude maior, alcançando todos os aspectos e áreas do nosso viver. Ouvir de forma amorosa, sincera, com interesse, sem preparar uma resposta. Respeito e atenção são importantes no ouvir, pois sem ouvir não há diálogo. É necessário permitir à outra pessoa expressar suas ideias, sentimentos, necessidades, interesses e ideais.
Precisamos criar momentos para o diálogo e para isso necessitamos abrir espaços para a convivência no relacionamento por meio de momentos devocionais, lazer, viagens, férias, frequência à igreja... Todos nós desejamos ser ouvidos, compreendidos, e isso não é automático, mas requer esforço, domínio próprio, atenção e amor. Tiago nos diz para estarmos prontos para ouvir, tardios para falar e tardios para irar-se (Tiago 1.19). O diálogo – ouvir, falar e calar – ajuda-nos a perceber o quanto necessitamos aceitar e acolher a pessoa amada.
Oração
“Senhor Jesus, somos gratos por nos ouvires e falares conosco por tua Palavra e pelo Espírito. Buscamos-te para nos ajudares com a tua graça visando a nos aceitar um ao outro, a dialogar, compreender e aperfeiçoar o nosso relacionamento conjugal e familiar. Confessamos que muitas vezes temos nos imposto um ao outro por meio da força da palavra, usando-a com desamor. Perdoa-nos e dá-nos o desejo sincero de nos tratarmos com transparência, respeito e afetividade, falando a verdade em amor. Em teu nome. Amém!
NELSON LUIZ CAMPOS
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