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EDIÇÃO 155 - MARÇO/ABRIL 2017

O amor deve ser vulnerável para ser forte

A fé cristã é rica em paradoxos. Quando pensamos em senhorio, pensamos em uma pessoa que manda e em outra que obedece. Quem se submete ao senhorio de outra pessoa perde sua liberdade.

Carlos Alberto Bezerra

Amor verdadeiro significa sentir dor

Acordei de madrugada sentindo uma pontinha de frio. Sem acender a luz, aproveitei para ir ao banheiro e depois fui até o guarda-roupa apanhar uma camisa e voltar a dormir.

Josué Gonçalves

Se não tivesse amor, eu não seria nada

“Poderia dar tudo o que tenho e até mesmo entregar o meu corpo para ser queimado, mas, se eu não tivesse amor, isso não me adiantaria nada.” (1 Coríntios 13.3)

LEIA MAIS

O perdão é a chave para a manutenção da família

Silmar Coelho
 
Amar significa sentir a dor de um período de separação

Gilson Bifano
 
Amor verdadeiro é dar prioridade em suprir as necessidades do cônjuge

Adriel de Souza Maia
 
Amor verdadeiro é amor que perdoa 

Marisa de Freitas Ferreira
 
Amor, o argumento irresistível

Hernandes Dias Lopes
 

ARTIGOS

Adoração em família

Emilio Fernandes Júnior 

Linguagens do amor  

Luciana Piragine

 

Finanças em família

Paulo de Tarso 

 

Comunicação & ação

Marcos Peres

 

Namoro cristão

Fernando de Paula

 

A família nas mãos de Deus

Marcos Garcia

 

Pais e filhos, amigos para sempre

Valeria Lima

Judith e eu pretendemos ficar juntos “até que a morte nos separe”.  Jamais pensamos em nos separar. Posso dizer, sem pestanejar, que, juntos, encontramos e desfrutamos o amor verdadeiro. Judith é a minha eterna namorada. Eu a amo hoje mais do que ontem. Sua amizade, seu carinho, sua capacidade de me amar tornaram realidade o meu sonho de ter um casamento feliz.


Alguns podem replicar: “Sorte sua, Jaime! Judith foi um achado. Não é nada fácil construir um casamento assim”. Concordo, pois para alcançar o amor verdadeiro é preciso estar disposto a fazer sacrifícios. 


Eu e minha esposa não vivemos um conto de fadas em que o príncipe encontra sua princesa e ambos vivem felizes para sempre sem enfrentar nenhum problema pela frente. Nós também passamos por provações, privações, doenças, lutas, conflitos, discussões, como todo casal. Então, o que me faz afirmar, com tanta convicção, que encontrei o amor verdadeiro?

Você antes de mim
Depois de aconselhar muitos casais durante meus anos de ministério, concluí que o orgulho e o egoísmo são um veneno que mata a possibilidade de um casamento ser feliz. O ser humano é egoísta por natureza, por isso precisa ser constantemente relembrado que o amor de Deus – ágape –, que visa o bem-estar do cônjuge, deve ser praticado dia após dia.


Muitas vezes encontro pessoas que me perguntam: “O que devo fazer para ser feliz?”. Minha resposta tem sido: “Pare de procurar sua felicidade pessoal e comece a servir ao próximo. Aí, então, você será feliz”.


O verdadeiro significado da vida é “glorificar a Deus e gozá-lo para sempre” (Confissão de Westminster). A maneira de conseguirmos atingir esse alvo no casamento é lembrarmos que a prioridade do marido é a esposa e a prioridade da esposa é o marido. Parece simples, mas não é, justamente porque temos uma natureza egoísta. Esse tipo de amor (ágape) é sacrificial, proposital e altruísta. 

A arte de dialogar
A comunicação é elemento extremamente importante no casamento. Nunca é demais salientar sua importância na evolução de um relacionamento saudável entre marido e mulher. 


“A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto” (Provérbios 18.21). Vida ou morte? Felicidade ou infelicidade? A escolha é de cada um, dependendo de sua disposição e capacidade de dialogar.


É deprimente assistir à devastadora tragédia que atinge um casamento quando não há intimidade emocional. Há cônjuges que erguem muros altos entre si para se proteger de serem molestados emocionalmente um pelo outro, impedindo qualquer troca de ideias, sensações, planos, fraquezas e emoções. Infelizmente, o resultado dessa superproteção é uma triste solidão, já que ambos se obrigam a permanecerem reclusos dentro de si mesmos e se tornam inatingíveis.


O amor comprometido e “outrocentralizado” lutará por uma comunicação favorável e aberta. Foi isso que Deus fez. A sua Palavra diz: “E o Verbo se fez carne e habitou entre nós...” (João 1.14). Por causa do seu grande amor por nós, Deus quis comunicar-se conosco. Então ele enviou seu “Verbo” (Jesus), que se tornou carne, ossos e sangue e viveu entre nós, passando por tudo que passamos. Sabe por quê? Para comunicar-se conosco, dizer e mostrar o quanto nos ama.


Para um casamento ser bem sucedido é preciso que haja determinação, compromisso e garra para cultivar o relacionamento, priorizando uma boa comunicação. Já que dialogar é uma arte, como toda arte, é necessário que ela seja desenvolvida.

Amar e ser amado
Essa é uma das maiores necessidades do ser humano. Mas, para nossa tristeza, o amor tem sido desvirtuado nos dias de hoje, quando os ideais divinos relacionados a esse sentimento estão praticamente esquecidos ou colocados de lado deliberadamente. Há uma enorme diferença entre o amor que o Senhor nos ensinou e pratica e o amor egoísta e inconstante que é adotado pelo mundo atualmente, pois para Deus:

“... se não tivesse amor, eu não seria nada... Quem ama é paciente e bondoso... não é ciumento, nem orgulhoso, nem vaidoso... não é grosseiro nem egoísta; não fica irritado, nem guarda mágoas... não fica alegre quando alguém faz uma coisa errada, mas se alegra quando alguém faz o que é certo. Quem ama nunca desiste, porém suporta tudo com fé, esperança e paciência. O amor é eterno” (1 Coríntios 13.2b; 4-8a – BLH).

É esse tipo de amor, forte, comprometido, incondicional que o Senhor sente por nós e quer que sintamos uns pelos outros, especialmente no que se refere ao nosso cônjuge e aos nossos filhos.

Seis palavras poderosas
Certa vez uma pessoa perguntou à minha esposa qual seria, na opinião dela, uma característica importante para um bom casamento. Ela respondeu: “Duas pessoas com grande capacidade para perdoar”.


Particularmente acredito que as seis palavras mais importantes de todo e qualquer relacionamento são: “Sinto muito. Por favor, me perdoe”, ditas com sinceridade e arrependimento. Em Mateus 6.14, Jesus ensinou: “Se vocês perdoarem os outros quando eles ofendem vocês, o Pai, que está no céu, também perdoará vocês” (BLH).


Perdão não é um sentimento, mas uma decisão. Quem fica remoendo o passado e acusa o cônjuge não lhe perdoou genuinamente.


Somente a graça de Deus nos capacita a perdoar e a aceitar nosso cônjuge. Se esse conceito é assimilado antes ou ainda no início do casamento, cresce a possibilidade de ele ser bem sucedido. 
Muitos casamentos são desfeitos em nome da incompatibilidade, sem ao menos se oferecer uma resistência mais firme aos conflitos que surgem. Penso que reconhecer e assumir sua própria cota de responsabilidade também é um ponto dificílimo de ser tratado em um casamento por causa do orgulho, da vaidade pessoal, que fazem parte da essência do ser humano.


A busca pelo amor verdadeiro, a decisão de desenvolver um casamento que venha a ser bem sucedido exige sacrifícios. O casal não pode esquecer que no ardor da batalha acontecem conflitos. O fundamental é o desejo e a determinação de resolvê-los e aprender com eles. 

Hora de mudar
Após reconhecer suas próprias responsabilidades, é chegada a hora de ambos refletirem como podem contribuir para solucionar os fatores que têm causado problemas no relacionamento. Possivelmente será preciso ocorrer mudança de seus hábitos, comportamentos e atitudes. É provável que isso cause certa dor e, como já afirmei, exija sacrifício. Sei que o preço muitas vezes é alto, e muitos não querem pagá-lo, porque requer renúncia. Mas aqueles que têm a disposição e o desejo de investir em sua relação percebem que o resultado é recompensador.


Mas como colocar em prática tudo o que expus até agora? Há possibilidade de aplicar o que foi dito sem uma capacitação que venha diretamente de Deus? 


A Palavra de Deus afirma que quando aceitamos Jesus Cristo como Salvador pessoal e Senhor de nossa vida, o Espírito Santo vem habitar nessa pessoa que acolheu Jesus, capacitando-a a viver do modo como Deus quer que ela viva, até mesmo no casamento.


Para ser franco, tornar um casamento bem sucedido é totalmente impossível se o marido e a esposa dependerem do esforço pessoal de cada um. É por isso que há uma força que impulsiona o ser humano a agir corretamente, ultrapassando suas próprias tentativas, muitas vezes insuficientes.


Oro para que o amor entre marido e esposa cresça mais e mais em busca da virtude de ser verdadeiro e incondicional, procurando atender às necessidades mútuas e sempre perdoando as fraquezas de cada um.

Jaime Kemp

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