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Convivendo com as diferenças 
de papéis, personalidades e comportamentos entre casais

Precisamos convir que é impossível admitir que “pensamos da mesma maneira”, “somos iguais”, “estamos sempre afinados”, “nossos gostos são os mesmos”, entre outras expressões que ouvimos quando se trata da questão conjugal.

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Lidando biblicamente com a submissão da mulher

E u creio que a Bíblia é sábia e muito atual. Ela nos traz diversos temas que envolvem o nosso cotidiano, e um deles é a questão da submissão. Mas o que isso realmente significa? Ela envolve aceitar ordens/obrigação de obedecer (leis), mas na realidade é adequar-se aos planos e interesses de outrem. 

Ivana Garcia

EDIÇÃO 162 - MAIO/JUNHO 2018

Podemos dizer, sem medo de errar, que nos relacionamentos conjugais não há uniformidade na vida do casal, assim como ninguém é igual, mas podemos afirmar que entre os casais há afinidades, sentimentos comuns. 


Essa ambiguidade não constitui um problema, como às vezes pensamos e vivemos, mas uma riqueza nas diferenças de papéis, personalidades e comportamentos entre os cônjuges. O casamento não é uma fusão de duas personalidades. Isso é impossível, e o texto bíblico de Gênesis 2.24b – “e os dois se tornam uma só pessoa ou uma só carne” – precisa ser bem interpretado. O sentido aqui é de complementaridade, respeito, comunhão, compartilhar. O próprio Deus está anunciando que é importante conviver com as diferenças; no meu entendimento, crescemos na diversidade da vida.


O projeto do Criador é estimulante e não há espaço para a estagnação e uniformização. O corpo é belo porque manifesta a dinâmica da vida com os seus mais variados movimentos. Nas variações dos membros do corpo está a beleza da vida. 


Qual é a importante chave do título deste artigo? É o verbo conviver, que advém do latim convivere e tem muitos desdobramentos e significados, por exemplo, ter convivência, convívio, viver em comum, viver em proximidade, habitar, partilhar, viver no mesmo espaço. Nesse sentido, o grande desafio passa pela experiência da convivência. Conviver em uma sociedade competitiva, consumista e do prazer individualista tem grandes implicações no relacionamento conjugal. 


Nesta linha de raciocínio, o psicoterapeuta Rodrigo Fernando Meireles, em seu artigo “Educar no amor”, sublinha: “Não obstante o aumento do acesso e da circulação de informação, alguns pensadores, como Gilles Lipovetsky e Zygmunt Bauman, destacam que a pós-modernidade nos levou a uma individualização dos valores, proporcionando uma ‘era do vazio’, ou ainda a uma enfermidade das relações. Cada um produz a sua própria linha de valores e escolhe como viver. Com isso, palavras como respeito, tolerância e confiança vão sendo revistas à luz de perspectivas individuais, ameaçando destruir a importância das relações significativas, como as relações familiares. Numa sociedade que valoriza o próprio bem-estar e a felicidade pessoal, o outro passa a ter sentido apenas como meio para o desenvolvimento do próprio eu”.


Numa perspectiva bíblica, dentro dos valores do evangelho, a convivência tem o sabor da ternura, do aprendizado coletivo, do suporte, do perdão e da graça de Deus, que nos ensina a doar, a entregar e abrir mão das nossas atitudes, muitas vezes mesquinhas, para o bem maior da qualidade de vida relacional do casal. 

Para refletir 
Na vivência do casal, há áreas que precisam ser corrigidas, fortalecidas, e às vezes precisamos abrir mão daquilo que consideramos “inegociável”. Convido o casal a fazer uma revisão nessas área.

 ADRIEL MAIA 

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