
Mais do que as palavras, suas atitudes é que nos levarão a confiar-lhes os nossos mais terríveis medos. E mais que as palavras, seus gestos, seu olhar atento, sua confiança em nós e sua disponibilidade é que nos farão sentirmo-nos protegidos e livres das ameaças e chantagens do que quer e de quem quer que seja” (O Adolescente por ele mesmo, Tânia Zagury, Editora Record, p. 211).

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EDIÇÃO 166 - JANEIRO/FEVEREIRO 2019
Não há dúvida: estamos, já há algum tempo, vivendo uma revolução moral e sexual em nossa sociedade. A principal questão não é se essa revolução afetará as nossas famílias, mas o que vamos fazer a respeito dela. Uma coisa é certa: se nós não educarmos adequadamente nossos filhos nessa área, não podemos ser ingênuos em pensar que alguém mais irá fazê-lo. Ou, melhor dizendo, pode ser que nossos filhos até sejam ensinados sobre sexo, mas não de acordo com os valores cristãos.
Certamente eles conversarão com os amigos sobre o assunto, mas quantos deles já não serão sexualmente ativos? As bancas de jornal sempre terão muito material disponível para ensiná-los, e a internet também. A mídia tentará convencê-los do empolgante prazer que existe no “sexo livre”. Na maioria dos filmes a que eles assistem, tanto na televisão como no cinema, a cena que mostra o casal se beijando quase invariavelmente passa para outra dos dois na cama, tendo relações sexuais.
Os professores se esforçarão para ensinar seus alunos, mas a literatura que as escolas usam fala sobre “sexo seguro” e “estilos de vida alternativos”. Na verdade, os educadores, em geral, desistiram de aconselhar a abstinência, pois isso não funciona mais atualmente.
Os nossos jovens são espertos. Quando são confrontados com os fatos, eles sabem tomar decisões inteligentes. Mas minha pergunta é: quem está lhes apresentando os fatos? É também responsabilidade da igreja fazê-lo, porém muitas vezes os líderes não querem tocar no assunto. Os pais, talvez por vergonha ou, mais grave, por negligência, nunca sentam com seus filhos para ter um diálogo aberto sobre os perigos e as consequências do sexo fora do casamento.
É absolutamente necessário que um ponto de vista claro, objetivo e saudável sobre sexo seja oferecido pelos pais do adolescente, do jovem, dentro da sua própria casa.
De pai para filho
A Bíblia tem muito a dizer sobre sexo. Nos capítulos 5 a 7 de Provérbios, um pai dá uma aula de educação sexual ao seu filho. Ele alerta sobre os perigos de uma vida promíscua e faz o contraste com a alegria do sexo no contexto do casamento. É importante apresentar os dois lados.
Meu marido gosta muito de trabalhar com adolescentes e jovens nas escolas e nas igrejas. Em primeiro lugar, porque eles são muito “ensináveis”. Também, porque é mais fácil prevenir os problemas do que tentar repará-los depois. Muitos casamentos já estão condenados ao fracasso antes de serem realizados por causa de irregularidades, de “escorregões” que aconteceram durante o namoro.
Anos atrás, Jaime escreveu um livro que recebeu o título Sexo: aqui e agora? (disponível em www.larcristao.com.br). Ele é recheado de ilustrações atraentes e interessantes, e os capítulos são curtos e objetivos. Nele, Jaime apresenta vinte razões por que o sexo antes do casamento é prejudicial. Quero destacar apenas algumas:
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Abala nossa amizade com Deus
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Interfere na comunicação do casal
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Prejudica a confiança e o respeito mútuo
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Diminui a autoestima
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O rompimento torna-se mais doloroso
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Há ameaça de uma gravidez ou de uma doença sexualmente transmissível
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Haverá maior tendência à infidelidade conjugal
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Causa desentendimentos entre pais e filhos
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Os futuros pais terão dificuldade em serem exemplos para seus filhos
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Rouba o encanto da noite de núpcias
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Como meu marido gosta de dizer, “não existe um presente mais valioso que você pode oferecer ao seu cônjuge na noite de núpcias do que dizer: ‘Eu me guardei para você e para esta hora’”.
De mãe para filha
Eu fui convidada para escrever um livro sobre sexo, cujo título sugerido era O segredo da rosa (Editora Hagnos). Não foi difícil desenvolver a ideia da rosa, pois em Cânticos dos Cânticos, a jovem da história afirma “eu sou a rosa...” (2.1). No livro, falei sobre:
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Os espinhos – as consequências e os perigos do sexo antes do casamento. Existe um velho provérbio chinês que diz: “Aquele que não quer os espinhos não deve tocar a rosa”.
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O solo – o enorme benefício que representa um lar onde existe comunicação aberta, aceitação, amor e harmonia.
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Os jardineiros – os pais e, especialmente, Deus, o Criador.
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A poda – isto é, toda “erva daninha” que precisamos arrancar ou cortar e jogar fora.
Também falei sobre o botão de rosa. A moça sulamita repete três vezes em Cântico dos Cânticos: “Conjuro-vos, ó filhas de Jerusalém, pelas gazelas e cervos do campo, que não acordeis, nem desperteis o amor, até que este o queira” (2.7; 3.5 e 8.4). Em 8.8, lemos: “Temos uma irmãzinha que ainda não tem seios; que faremos a esta nossa irmã, no dia em que for pedida?”.
Certa vez, Jaime aconselhou uma garota de dezessete anos de idade que decidiu “ficar” com um rapaz da sua escola. Ele a levou para um motel, onde ela perdeu a virgindade. Entre soluços, ela confessou ao Jaime: “Sabe o que é pior? Na semana seguinte, quando encontrei com ele no colégio, ele nem sequer lembrou o meu nome!”.
Não há nada mais triste do que ver um botão de rosa morrer antes de abrir. E não existe nada mais bonito do que assistir ao desabrochar de uma flor – a sua beleza, o seu perfume, o encanto e a alegria com que envolve a todos.
Nossa nação e nossas igrejas serão fortes na medida em que as suas famílias forem fortes. E nossas famílias serão fortes quando estiverem firmadas nos eternos e imutáveis princípios da Palavra de Deus.
JUDITH KEMP
Como você pode ajudar seus filhos?
Certa vez, ouvi a história de que um menino era tão levado, tão levado, que quando ele tinha sete anos seus pais fugiram de casa! Parece engraçado, mas, infelizmente, esse é o quadro de muitos “lares cristãos”.
Jaime Kemp
Estabelecendo limites no uso da internet
Como criar filhos “na disciplina e admoestação do Senhor” em meio ao fervilhar de uma revolução de informações? Há alguns anos os computadores eram grandes e bastava controlar aqueles dispositivos que o acesso da família.
Josué Gonçalves
Dedique-se ao privilégio e à responsabilidade de ser pai
Jaime Kemp
O que Deus espera de um pai
Jean Mathez
Mãe, que tal discipular seus filhos?
Suely Bezerra
Jovens: um desafio para pais e discipuladores
Ramon Tessmann
Fomos pais
Joer Corrêa Batista
O que os jovens e adolescentes esperam de seu pai
Hernandes Dias Lopes
Função de mãe e trabalhadora
Dora Bomilcar
Educação da liberdade – desafio para a autoridade dos pais
Aécio Ribeiro
A criação de meninos e meninas
Giovani Zimmermann
Artigos
Finanças
Paulo de Tarso
Namoro cristão
Luiz Henrique de Paula
Linguagens do amor
Alcindo Almeida
Vida conjugal
Sísera Oliveira
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