
EDIÇÃO 172 - JANEIRO/FEVEREIRO 2020
Nossos dias tem se tornado de uma complexidade crescente no que concerne à educação dos filhos. Em virtude disso, muitos casais têm se tornado resistentes à ideia da paternidade/ maternidade e optam por ‘curtirem a vida’ sem o ‘incomodo’ dos filhos.
Pensamento contrário a esse tem o salmista quando afirma que os filhos são ‘herança do Senhor, uma recompensa que Ele dá’ e ter muitos filhos é motivo de felicidade (Salmo 125: 3-5).


Assustadoramente um número crescente de pais tem ‘terceirizado’ o precioso processo de transformar o indefeso recém-nascido em um ser apto para enfrentar a realidade alguns anos mais tarde. Precocemente deixam os filhos aos cuidados de babás, creches, pré-escolas e, depois uma série de agentes ‘modeladores’ do que acreditam ser ‘o melhor’ para os infantes: escolinhas de ballet, de futebol, de natação, de música, etc. Até o cuidado espiritual dos filhos deixam a encargo dos professores da escola dominical!
Porque estes pais agem desta forma? Porque não tem tempo para um envolvimento maior na vida dos filhos, pois estão em busca de seu ‘sucesso profissional’ ou de sua ‘realização pessoal’. Certamente não somos cegos à realidade de um número significativo de famílias de baixa renda, nas quais o trabalho remunerado de ambos os pais é imprescindível para a provisão dos recursos mínimos para a dignidade familiar, todavia geralmente essa NÃO é a realidade da classe média, que coloca os filhos em escolas particulares caras e ainda preenche o tempo de contra turno escolar com atividades de ‘aperfeiçoamento’ ou ‘entretenimento’.
Muitos pais estão tão envolvidos com suas ocupações profissionais que já não tem tempo sequer para ouvirem as ‘bobagens’ que seus filhos querem lhe narrar quando chegam a casa à noite – afinal estão cansados e ‘precisam’ atualizar-se com as notícias do dia.
A maior parte dos pais justifica essa dedicação ao trabalho como um meio de proporcionar aos filhos um maior conforto futuro e a possibilidade de um lazer que ‘valha a pena’. Outro dia conversando com uma família perguntei se o pai alguma vez já tinha soltado pipa com o filho ou construído com este um carrinho de rolimã? A resposta foi NÃO! Mas estavam economizando para irem com os filhos à Disney! Então eu perguntei ao filho se ele preferia o Mickey Mouse ou brincar com o pai, e o pai ficou surpreso em saber que o filho preferia a companhia dele.
O grande desafio aos pais de hoje é ‘não se conformarem’ aos valores desta sociedade do consumo de lazer, mas ‘transformarem’ suas mentes para experimentarem a boa, agradável e perfeita vontade de Deus expressa na simplicidade (Romanos 12:2). Com absoluta certeza trata-se de caminhar na contramão de tudo que a mídia e o meio tentam impor em nossas mentes a respeito do que seria a ‘verdadeira felicidade’. Para a sociedade atual a felicidade é sinônimo de consumo, mas para Deus a felicidade é sinônimo de RELACIONAMENTO!
É tempo dos pais, especialmente aqueles pais que querem nortear sua conduta pelos valores cristãos, iniciarem uma pacífica subversão e ocuparem mais tempo com seus filhos em parques, rolando no chão e brincando de pega-pega, que nos corredores dos shoppings; presenteá-los mais com pipas e carrinhos de rolimã artesanais que com celulares de última geração; lerem com os filhos a Bíblia e orarem com eles ao invés de assistirem noticiários sangrentos com eles ao lado.
Pais, mães, não se deixem enganar, seu filho precisa mais de você que do Mickey Mouse!
CARLOS CATITO

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